quinta-feira, 19 de junho de 2008

o Medo nos Mudou

A única vitória que perdi
Foi aquela que procurei e de que fugi.
Num momento desejava
Noutro, já receava…
É triste quando o que por tanto lutamos
Se transforma naquilo que rejeitamos…
Oh triste vida que nos confunde!
Indecisão e incerteza surge,
Consome-nos a alma continuamente.
O medo vai crescendo lentamente
E agora sou eu… Somente.
Veneno, antídoto transformou
E a mudança assim se iniciou.
Já Camões assim dizia:
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”
Da vida é por isso filosofia
Daqueles que há muito abandonaram as saudades.
E por isso a única vitória que perdi
Começou quando mudei
E acabou quando fugi.

Soraia Pereira

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Chuva

Pequenos diamantes que caem,
Cristais de pura essência.
Afogam ruas, caminhos e vales.
São as lágrimas dos céus.

Limpam e escondem tristezas.
Do nosso mundo são véus.
Trazem paz mas também medo.
Sua calma pode ser tormenta.

Iludem os loucos,
felizes de seu mundo.
Nem escapam os outros
no seu buraco profundo.

A todos chegam, a todos atingem.
Felicidade ou tristeza,
Com elas de mãos dadas.
Da mais pura realeza
Caem elas apagadas.

De negros mantos surgem,
Por vezes até dos imaculados.
Acompanham também os raios,
Medos, fúrias e relâmpagos.

Seus sons são variados.
Calmos mas outrora apaixonados.
De uma paixão dura e fria,
Marcam assim o nosso dia.

As lágrimas que caem do céu.
Afinal o que são?
Nada mais que apenas gotas.
Trazendo talvez uma ilusão.

Alícia Ventura