quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Menina de Caracóis


Patrícia, com apenas 3 anos, era uma menina igual a tantas outras.
Com os seus caracóis e pequenos olhos castanhos, esta menina adora sorrir. Desde cedo que se começou a notar a sua covinha no queixo, igual à do seu pai. O seu vestido claro, escolhido a dedo pela sua mãe, contrasta com a sua pele morena.
Gosta de descobrir novas coisas. Quer saber sempre mais e mais, por isso é que faz tantas perguntas, algumas delas difíceis de responder para os adultos que a rodeiam. É muito irrequieta, mas é capaz de se entreter com brinquedos durante muitas horas, pois esta menina adora brincar.
A inocência está presente em tudo o que faz, nada é com maldade, por isso é que toda a gente a acha engraçada.
Esta criança foi sempre muito extrovertida e sempre teve muita facilidade em relacionar-se com as pessoas.
Como todas as outras crianças, precisa de atenção e de alguém que a ajude a ultrapassar os seus medos.
Gostava de voltar a ter esta inocência. Desconhecer as coisas más da vida, o sofrimento. Voltar a ter aquele sorriso maroto que fazia questão de mostrar a toda a gente.

Patrícia Santos; 10º C

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Menina de fita no cabelo


De fita no cabelo e camisola cor-de-rosa, cabelos compridos e castanhos-claros, quase loiros, pequenos olhos castanhos brilhantes e um sorriso desdentado de orelha a orelha, lá está a Beatriz pronta para tirar o retrato com a turma do 2º ano.
Apesar de estar vestida de cor-de-rosa naquele dia, não gostava de brincos, pulseiras, anéis, nem de brincar com Barbies, muito menos de usar coisas cor-de-rosa como qualquer outra rapariga de sete anos. Ela gostava de jogar à bola e ao berlinde com os rapazes e a sua cor preferida sempre foi o azul, cor caracteristicamente masculina.
No seu grande sorriso transparece a felicidade que sentia naquele dia, coisa rara, pois ela nunca sorria para as fotografias. Tirar fotografias, para a Beatriz, era um transtorno, talvez por o seu tio ser fotógrafo e ela ser sempre o alvo principal das suas experiências fotográficas.
Mas, nesse dia, sorria para a objectiva da máquina, era um dia diferente. Era o dia de tirar um retrato com a turma que ela sabia que iria guardar para mais tarde, quando fosse mais crescida, poder relembrar o passado e ver que era uma criança feliz.
E era mesmo. Ela era amiga de todos os seus colegas, nunca criou conflitos com ninguém, ajudava quem fosse preciso. Não era egoísta, porque foi ensinada a não o ser. Viveu uma infância normal, apesar do divórcio dos pais, algo que nunca a afectou profundamente.
E, com sete anos, Beatriz era apenas mais uma criança que ia para a escola na expectativa de aprender mais e de brincar com os seus amigos.

Beatriz Madeira; 10ºC

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Menina de Chupeta


Início de uma vida, com apenas 2 anos, uma pequena menina a quem chamaram Ana.
A chupeta prova que é ainda um bebé, que precisa de cuidados e de atenção a todo o instante. Tudo nela é pequeno, o nariz, o seu cabelo encaracolado... Tudo, menos a aguçada curiosidade e o enorme desejo de conhecer e descobrir.
Os seus olhos estão repletos de esperança e pureza. As pequenas mãos estão quase entrelaçadas; é uma criança tímida e introvertida, mas, ao mesmo tempo, cheia de alegria e com um grande desejo de ar livre.
Acima de tudo, é uma criança alegre e energica, talvez pela sua inocência e desconhecimento dos lados maus das situações. Nesta idade, não existe maldade, apenas coisas boas e felicidade. Até as situações de dor e sofrimento, como a morte, são explicadas de modo a pensar que até são uma coisa boa pois, como se costuma dizer, a pessoa foi para um lugar melhor do que este.
Dormir não é a actividade predilecta desta menina, nem por sombras. Prefere brincar na rua, ver o Sol a brilhar lá fora em vez de o ver através da janela do seu pequeno quarto. Busca desvendar o desconhecido, alcançar o horizonte e ver o que existe depois dele. O céu nunca foi o seu limite, para ela há muito mais além do azul que dizem ser infinito.
Não é um anjo, apenas um projecto de rapariga e de mulher que deseja atenção, carinho e alguém que a ajude a crescer e a tornar-se forte. Isto basta para fazer dela a criança mais feliz do universo.
São tantos os momentos que me fazem desejar voltar a ter esta idade, esta inocência, este desconhecimento do lado negro do Mundo. Regressar aos dias em que tudo era tão belo e perfeito, em que a felicidade e a alegria eram os sentimentos guias da minha existência.
Talvez sejam estes os anos mais felizes das nossas vidas, apenas não nos damos conta disso.

Ana Sobral;10ºC

Menina dos Tótós



Pequena Ana Laura, menina de 4 anos, apenas.

Tem o cabelo perfeitamente liso, preso com um totó de cada lado. As orelhas, o nariz e a boca são pequeninos e típicos de uma menina que tem, aproximadamente, um metro de altura. Tem um sorriso maroto, como se estivesse a aprontar uma asneirita. Vê-se pelo estilo do vestido que enverga que é a mãe que, ainda, lhe escolhe as roupitas. As mãos são delicadas. Os olhos, negros e amendoados, são como que o centro do seu rosto.
Todos os dias são dias felizes, nesta altura. É sempre uma enorme alegria abrir os olhos e ver o dia já amanhecido. Não há nada que a mantenha na cama depois das 9 horas da manhã. Tem o Mundo para explorar, é compreensível.
Os pensamentos de que a vida é um conto de fadas e que acaba sempre tudo bem são constantes. Coisas como o sofrimento, a dor, a mágoa e a desilusão são completamente desconhecidas para esta criança. Os desejos que ela tem são tão simples como ir passear a um local divertido no próximo dia, ou então, que lhe ofereçam a nova Barbie que traz um cãozinho ou um gatinho.
Pela fotografia parece um doce de menina mas, na realidade, são poucos os momentos em que ela é doce. É extremamente egoísta, quer sempre as atenções para ela e é ciumenta. Se alguma coisa não corre como quer, faz logo uma grande birra, o que faz parte da idade, não é? Temos que saber desculpar estas atitudes e ensinar que não são as correctas a ter. É a teimosia em pessoa e anda muitas vezes alegre. Com as outras pessoas, é muito envergonhada. Costuma esconder –se atrás das pernas do pai quando alguém desconhecido lhe dirige a palavra.
Por vezes, sinto saudades, e até necessidade, de voltar a ser aquela pequena menina que vivia num mundo encantado longe de todos os maus sentimentos que hoje conheço.

Ana Laura Miranda; 10º C