sexta-feira, 29 de maio de 2009

A Mulher Portuguesa no Séc. XIX

A situação da mulher portuguesa no século XIX era idêntica à da maioria das mulheres da Europa. Por imposição histórica, a mulher ocupava um papel secundário na família, dependendo do homem e sendo responsável pelos filhos. Isto implicava que o poder estivesse todo concentrado no marido, de tal forma que era permitido que o homem maltratasse a sua mulher, que lhe devia obediência.
Nas obras de Eça de Queirós, assim como em muitas obras deste século, a mulher, nomeadamente a sua condição e a sua função, foi um tema sobre o qual se debruçou muito boa gente. Particularmente, Eça defendia que a sociedade da época privava a mulher da seriedade e da razão. Mas, apesar disso, Eça critica mais a mulher do que a defende, nomeadamente ao nível das suas atitudes, apesar de ter em conta que a culpa não é dela na totalidade, mas sim da educação que lhe foi transmitida, isto é, da sociedade. Critica-a a figura feminina principalmente pela prática de adultério, que o autor encara como um acto repugnante. Fá-lo com um olhar satírico, com um tom irónico, deixando da mulher uma imagem de um ser demasiado falível, fútil e insaciável, portador do pecado e da tentação.
Com isto, podemos concluir que a mulher portuguesa no século XIX era subalterna, isto é, completamente dependente do homem, sendo assim uma “personagem secundária” na família. A sociedade não lhe votava o respeito e a seriedade da qual era merecedora, tendo já um “molde” predefinido como esta deveria ser: apenas a acompanhante do homem, dona de casa, sem capacidade de sobreviver por conta própria, sendo esta a razão pela qual a culpa de certos comportamentos por parte da mulher era mais da sociedade que a “moldava” assim, do que propriamente dela, segundo Eça, embora ele não isentasse, com isto, a mulher de toda a culpa, visto que também a achava responsável.

Tiago Gonçalves (11ºA)

A Condição Feminina: Casamento e Adultério

Desde sempre a sociedade tratou homens e mulheres de maneira diferente sem nunca conseguir justificar tais diferenças.
Algumas pessoas afirmam que a razão para esta discriminação é a diferença entre as capacidades físicas, por o homem ter mais força que a mulher, mas, para mim, esta não é uma justificação plausível.
Em algumas sociedades a mulher não tem liberdade de expressão e apenas se limita a tratar dos filhos e da casa, sendo até proibida de trabalhar. Estas tendências têm vindo a atenuar com a evolução e em algumas sociedades mais desenvolvidas as mulheres já são equiparadas aos homens.
Em “Os Maias” as personagens femininas não são vistas com bons olhos pelo autor, sendo bastante criticadas em determinados aspectos como o adultério que, no caso de ser cometido pelos homens é visto com naturalidade enquanto que se for cometido pelas mulheres é visto de forma intolerável.
Certas pessoas afirmam que Eça trata as figuras femininas de forma bastante crítica, dadas as suas más relações com a parte feminina da família, mas o que é certo é que a sociedade da época ainda discriminava bastante as mulheres.

terça-feira, 12 de maio de 2009

A condição feminina

N’Os Maias “o amor é uma coisa exclusivamente física e bestial, sem idealidade, sem ternura, sem preparo – como entre animais de espécie imunda. Essa Gouvarinho, por exemplo, não passa em última instância, da Leopoldina do Primo Basílio, mais hautement placée. A Cohen, uma lesma lânguida, sem repudiar o marido, institui-se amante do primeiro Georges Hugon que lhe apareça, Dâmaso ou João da Ega, pouco lhe importa… e sobre o altar do amor, no fim de cada entrevista, exangue e nua, a desavergonhada não tem pudor de perpetrar a colação de perdiz fria e vinho de champagne, ao lado do amante em camisola. Maria Eduarda, sabe-se o que é, de onde vem, e da maneira cómoda e tranquila com que depois do incesto se resolve a casar com um monsieur à favoris blancs, lá de Paris.”

Fialho de Almeida, Pasquinadas – Jornal d’Um Vagabundo, pp. 269-286.

As mulheres n’Os Maias, são conhecidas pelo exterior através do narrador ou de outras personagens; pelo contrário, é possível conhecer o interior de Ega e de Carlos.
Raquel Cohen e a Condessa Gouvarinho são vistas como mulheres fúteis, adúlteras, provocantes e levianas; Maria Eduarda mostra ser uma mulher que escolhe a maneira mais fácil de subir na vida, casando-se com homens ricos, tal como Maria Monforte, sua mãe, também o fizera. As mulheres, como se pode verificar anteriormente, são criticadas negativamente.
As mulheres das classes ricas eram educadas “exclusivamente para o amor”, e desde novas aprendiam como se apresentar e comportar diante de outras pessoas.
Quando casadas eram muito dependentes dos maridos, “o marido trata de lhe tirar todo o trabalho, todo o movimento, toda a dificuldade, alarga-lhe a vida em redor, e deixa-a no meio, isolada, fraca e tenra, abandonada à fantasia, ao sonho e à chama interior”.
Os adultérios na pequena burguesia, “a não ser as excepções de temperamento” eram “quase todos oriundos na necessidade e na pobreza”.
Eça Queirós, Uma Campanha Alegre, Livros do Brasil

Sofia Santos, 11ºA

Os Maias - condição feminina

Como podemos observar n'Os Maias, Eça de Queirós nunca faz um "bom retrato" das suas personagens femininas. Estas são vistas como seres superficiais e adúlteros, pois foi essa a educação que tiveram.
Segundo o ponto de vista de Eça, as mulheres são educadas para o amor, seja esse dentro ou fora do casamento. Aqui entra a superficialidade e a mentira: as mulheres "amam" os seus maridos mas na verdade, têm vários amantes durante todo o seu casamento.
Embora os homens também sejam adúlteros, nunca são injuriados, pelo contrário, são considerados verdadeiros galãs, uns "Casanova's". Aqui pode-se observar a grande diferença, a nível social, entre as personagens femininas e masculinas de Eça: quando os homens são adúlteros, são louvados, quando as mulheres são adúlteras, sofrem todo o tipo de injúrias e são retratadas como seres que no fundo apenas procuram os prazeres carnais.
Aos olhos de Eça, as mulheres nascem e são educadas apenas para "tentaram" os homens com os seus gestos delicados, sorrisos tímidos, olhares penetrantes e vozes de criança.

Alícia Ventura, 11ºA

Adultério e Condição Feminina

O adultério e a condição feminina são temas recorrentes N'Os Maias e como tal é possível observar-se ao longo da obra que na época as mulheres eram desfavorecidas, não podendo trabalhar, ter os mesmos direitos do que os homens, nem o direito de discutir.
Segundo Ega, "a mulher só deve ter duas prendas, cozinhar bem e amar bem" tendo assim uma condição muito limitada na sociedade e revelando-se também que a sociedade da época era muito machista. Como tal, a mulher era apenas um objecto de prazer para os homens, que lhes fazia os favores, arrumava a casa, tratava dos filhos, os acompanhava em soirées e não devia fazer nada que lhes desagradasse, não sendo assim vista na maioria das vezes pelos homens como a mulher que estes amavam, mas sim apenas como uma acompanhante. Por isso, as mulheres que naquela época sempre foram educadas para o amor e para agradarem aos homens, quando não tinham a atenção do marido, procuravam-na noutros lugares, sendo assim o adultério muito comum na época.
Vários casos de adultério podem verificar-se N'Os Maias, como o caso de Carlos com Maria Eduarda e Ega com Raquel Cohen.

Alexandra Moreno, 11ºA

A Condição Feminina: Casamento e Adultério

O adultério é um tema recorrente n' Os Maias.
Eça de Queirós critica as mulheres portuguesas de classe alta pelas suas características românticas e apresenta-as no seu livro, normalmente, ou como adúlteras ou como prostitutas, dando-nos assim uma imagem muito negativa do género feminino da época.
Naquela época, as mulheres de classes ricas tinham desde pequenas uma educação romântica, o que as tornava pessoas fúteis e incultas que só ligavam ao aspecto e à ideia de “amor perfeito”, como liam nos seus livros sobre paixões avassaladoras e eternas. Posto isto, com certeza que desde pequeninas só sonhavam com o casamento e com esse tipo de paixão. Mas se, como diz Eça, casam e os maridos só vivem para o trabalho e é tudo menos um conto de fadas apaixonado como os livros descrevem, elas decepcionam-se e pendem para o que parece que lhes pode dar o que querem, pendem para o adultério que lhes providencia a excitação do perigo e o caso apaixonado e louco que elas tanto desejam.

Milene Raposo, 11ºB

A Mulher de Eça

Um dos tema fulcrais de crítica no romance Os Maias, de Eça de Queirós, é o sexo feminino em geral.
Ao longo da obra, Eça pinta um retrato algo depreciativoda posição feminina na sociedade . A mulher não é tratada como uma pessoa que possa contribuir para a sociedade, mas sim como alguém que tem como função principal ser uma boa dona de casa. Acaba assim por ser vista como um ser mais ignorante que o homem, não se metendo na conversa destes. Consequentemente, não há na obra nenhuma personagem principal do sexo feminino (excepto obviamente Maria Eduarda).
Um outro aspecto da sociedade do século XIX que o dedo de Eça não falha em apontar é o adultério. Este pode ser justificado com a educação daquela época: as únicas obrigações de uma mulher eram cozinhar bem e amar o seu marido. Devido a essa falta de motivação, as esposas acabavam por procurar uma forma de dar algum interesse e emoção às suas vidas, que não era encontrado no casamento. A mulher é assim retratada como não merecedora de confiança e inferior ao homem, pois os seus amantes não cometem um crime tão horrendo.
Apesar de ser publicado no século XIX, Os Maias ainda mantêm algumas das suas críticas actuais para os dias de hoje, uma vez que tanto o machismo como o adultério ainda persistem na nossa sociedade.

Bruno Balthazar, 11ºA

A mulher em Os Maias

Na obra “Os Maias” a educação e o comportamento da mulher são temas bastante criticados.
Na sociedade daquela época as mulheres não tinham poder de opinião, não era bem visto uma mulher falar dos assuntos intelectuais de que os homens falavam ou até mesmo discutir com estes sobre qualquer assunto da actualidade; a mulher era apenas educada para “ser prendada”, Ega diz mesmo : “a mulher só devia ter duas prendas: cozinhar bem e amar bem!”, uma visão muito machista.
A imagem que Eça de Queiroz dá das mulheres é que são adúlteras, e disso temos bastantes exemplos, como Maria Monforte, que abandonou Pedro da Maia e fugiu com Tancredo, Maria Eduarda que veio com Castro Gomes para Portugal mas não é casada com ele, Raquel Cohen e a condessa de Gouvarinho que têm um caso com Ega e Carlos, respectivamente, e bastante religiosas, como as Irmãs Silveirinha e Maria Eduarda Runa que deram uma educação muito religiosa e portuguesa a Eusebiozinho e a Pedro, contribuindo para que estes fossem sempre uns fracos.

Andreia Matos, 11ºA

As mulheres e o adultério em Os Maias

N'Os Maias as mulheres são um pouco inferiorizadas.
Eça diz que as mulheres não devem receber a mesma educação que os homens. Devem saber manter uma conversa mas não devem saber muito acerca de certos assuntos considerados "coisas de homens". Não devem ser instruídas.
Eça diz ainda que amar e cozinhar é o único dever das mulheres, ou seja, viver para servir os maridos e entender apenas de lides domésticas.
Nesta obra as mulheres são caracterizadas como demasiado emocionais e românticas, um pouco fúteis e adúlteras.
Existem vários casos de adultério n'Os Maias: Ega com Raquel Cohen, Carlos da Maia com a condessa de Gouvarinho e o episódio em que Maria Eduarda foge com o Italiano.
Apenas as mulheres são acusadas de adultério, pois as implicadas nestes casos são todas casadas, enquanto os homens envolvidos não. Indirectamente Eça descreve a mulher como uma "espécie" desonesta.
Naquela época, a mulher ainda não tinha reivindicado muitos dos seus direitos, e isso influenciou a sua caracterização nesta obra.

Soraia Pereira, 11ºA

A condição feminina: casamento e adultério

N’Os Maias, Eça de Queirós aborda o tema do adultério, mais especificamente o adultério feminino.
As mulheres adúlteras tratadas na obra pertencem à aristocracia e, tal como as mulheres da época, eram subalternas relativamente aos maridos.
O olhar satírico de Eça dá-nos uma péssima visão da mulher, nomeadamente na questão do adultério. N’Os Maias a condessa de Gouvarinho e Raquel Cohen são mulheres adúlteras, tal como Maria Monforte, que abandona o marido e foge juntamente com o amante.
Na época de Eça, as mulheres da aristocracia eram educadas somente para amar os maridos, pois todos os outros deveres que uma mulher de uma classe mais baixa pudesse ter não se aplicavam a elas, uma vez que eram feitos pelos criados. A mulher deveria obedecer e respeitar o marido, porém, como podemos ver n’Os Maias, esta última condição nem sempre se verificava e algumas mulheres eram infiéis.

Lénia Candeias, 11ºA

A condição feminina: casamento e adultério em Os Maias

Eça de Queirós utilizou a sua obra Os Maias para criticar a sociedade e a política portuguesa do século XIX. Ele critica os políticos, o deslumbramento que os portugueses têm pelo estrangeiro, e aborda temas como a corrupção e o adultério.
O adultério é um tema do qual não se poderia deixar de falar, já que está presente em toda a obra e por diversas vezes. Está presente no caso de Maria Monforte com Tancredo, no caso de João da Ega com Raquel Cohen e no caso de Carlos da Maia e a Condessa de Gouvarinho. Eça vai usar estes casos para mostrar o quão fúteis e interesseiras as mulheres podem ser quando se fala de estatuto social e interesse económico. Todas estas mulheres se sentem infelizes no casamento que têm e é esse o motivo para o adultério e a fuga, no caso de Maria Monforte.
Para as mulheres daquela época saber como ia a política, como estava a economia do país ou até quem eram os artistas mais falados na altura não era minimamente interessante. O mais importante era a sua beleza e as portas que esta lhes poderia abrir. O facto de serem bonitas fazia com que se casassem com homens ricos e influentes.
Apesar da sua beleza, grande parte dos casamentos daquela época resultaram de arranjos com interesse económico envolvido, como o caso dos Gouvarinho, em que o marido contribui com o estatuto e a mulher com a fortuna do pai comerciante.
Após o casamento, os maridos deixavam de dar às mulheres a atenção que elas quereriam. Assim, elas tinham de procurar alguém que lhes desse essa atenção, cometendo adultério.
Com isto podemos ver que os motivos para um casamento eram o prestígio que isso daria à mulher, que passaria a pertencer a uma classe mais alta da sociedade, e a possibilidade de se tornar uma pessoa mais rica. O casamento passa, assim, a ser como uma parceria em que o principal objectivo é melhorar o prestígio social.

Catarina Lopes, 11ºA

Os Maias-Teatro

Foi uma peça entusiasta, interessante e muito bem representada na generalidade, em que os actores estiveram à altura, na encarnação das personagens.
Levar Os Maias para o palco torna-se numa óptima ideia, pois há sempre quem sofra de uma imensa preguiça, de falta de prática na leitura ou de tempo, e acabe por não ler a obra Os Maias, de Eça de Queirós.
Em suma, esta peça bastante interessante é uma forma muitíssimo enriquecedora de promover a nossa cultura literária.

Leandra Fonseca, 11ºB

O Adultério em “Os Maias”

“Os Maias” é uma obra muito completa, pois para além de um romance, o autor pretendeu, sobretudo, escrever uma crónica de costumes, onde pudesse abordar todos os problemas da sociedade de então, retratando as suas virtudes, mas também os seus vícios.
O tema do adultério está presente em toda a obra e é atribuído às personagens femininas, servindo para caracterizar a condição feminina da época.
A primeira mulher adúltera que surge na narrativa é Maria Monforte, a negreira, mulher de Pedro da Maia. A sua descrição física condiz com a forma como ela se movia na sociedade de então. Bela e provocante, usou todo o seu charme para cativar todos os homens da Lisboa da época e para “apanhar” Pedro na teia da paixão. É esta mulher fútil que vai trair o marido com o italiano Tancredo e provocar uma dor tão grande a Pedro, que o leva ao suicídio. O adultério de Maria Monforte é o motivo maior da trágica morte de Pedro da Maia.
Mas a negreira não é a única adúltera de "Os Maias". A Condessa de Gouvarinho transforma-se na amante de Carlos da Maia. Apesar de ser casada com o Conde de Gouvarinho, ela não se importa com isso e atraiçoa-o mesmo “nas suas barbas”. Visita Carlos no consultório com o pretexto da doença do filho, convida-o para sua casa e mesmo na presença do marido não disfarça a verdadeira intenção do seu convite.
Quanto a Raquel Cohen, casada como o banqueiro Cohen, torna-se na amante de João da Ega. Quando o marido descobre o romance, ela decide ficar com ele, pois a sua condição social e financeira era melhor que a de Ega, o que o deixa muito triste.
A própria Maria Eduarda da Maia, ao viver com o brasileiro Castro Gomes por puro interesse económico e ao envolver-se com Carlos da Maia, mesmo antes de terminar a sua relação com o brasileiro, também ela se transforma numa mulher adúltera.
Para Eça de Queirós, as mulheres desta época, as da classe alta, eram levianas e fúteis, pois não tinham nenhuma ocupação útil, tinham muito dinheiro e só ocupavam o seu tempo a cuidar da sua imagem e em festas. A sua única preocupação era as roupas que vestiam, ou as festas que organizavam, pois viviam à custa dos maridos ricos, que as exibiam nos salões como troféus.
A maioria não casava por amor, mas por interesses económicos e por isso era fácil sentirem-se atraídas por outros homens. Os seus maridos também não lhes davam muita atenção, ocupados com a política e os seus negócios. É a falta de ocupação destas mulheres que as leva ao adultério, de acordo com a opinião de Eça.
As mulheres eram educadas, desde pequeninas, para, apenas, cuidarem da sua aparência e “pavonearem-se” em festas.
O adultério é, assim, um dos temas mais importantes abordados na obra “Os Maias”, de Eça de Queirós.

João Martins, 11º A

A condição feminina

Ao longo da obra “Os Maias”, ficamos com a sensação de que as mulheres que participam neste romance não são muito bem tratadas por Eça de Queirós. Tanto pela função social que desempenham, como por aquilo que representam para os homens, as mulheres são apresentadas como meros acessórios daquilo que é realmente importante na sociedade.
Quanto à sua função social, a impressão que nos fica é a de que a Mulher só tem um dever, e é esse tratar da sua famílias, dedicar-se exclusivamente ao amor. E é por isso que a Mulher surge como se fosse uma peça decorativa, essencial a qualquer homem de respeito, integrante da sociedade.
Parece-nos mesmo que a Mulher é tratada como se fosse outra espécie, uma espécie não dotada de inteligência suficiente para participar no mundo da cultura, da política, das letras; uma espécie que só evoluiu no sentido de criar apetências para amar, e para procriar.
Outra impressão que esta obra nos transmite é de que a Mulher, por vezes, exerce exageradamente a sua função de amar, porque não limita o seu amor apenas à sua família, mas também a outros pequenos romances, à margem da aparência de uma família perfeita. Estes casos de adultério não têm outra origem senão na própria educação que a Mulher recebe e na condição social a que é sujeita. Se pensarmos bem, a Mulher não tem nenhuma ocupação senão cuidar da sua família, e tudo o que a alimenta psicologicamente é o amor que recebe desta. Quando esse amor não a satisfaz, ela procura um refúgio naquilo que sabe fazer melhor, amar. Se não é a sua família, restam-lhe esses pequenos mas calorosos romances.
Privar as mulheres de participar na sociedade, acaba por privá-las de pequenos prazeres, que estas acabam por tentar alcançar à margem da sociedade, muitas vezes pelo adultério. E mesmo com todas estas privações a que são sujeitas, por não serem devidamente respeitadas, as mulheres são as mais discriminadas pelo mais pequeno comportamento considerado inadequado, como se lhes exigissem que fossem perfeitas, mesmo não as reconhecendo como tal.

Mariana Santos, 11ºA

O adultério em "Os Maias"

Como qualquer um pode observar, neste caso particular, na obra de Eça de Queirós, "Os Maias", a mulher daquela sociedade é bastante criticada, através das personagens da obra. A mulher é assim vista como sendo adúltera e aquela que pratica a prostituição.
Outro tema também abordado é o excesso de importância dada à religião ( como no caso de Maria Eduarda Runa e das manas Silveirinha). Esta é a visão e percepção que temos e que Eça nos dá. Como era sabido (e infelizmente "Os Maias" não são o retrato apenas de uma época passada), a mulher tinha o dever de tratar das tarefas domésticas e de ser prestável para o seu marido. Ora, todos os comportamentos que fossem diferentes destes eram, pois então, criticados pela sociedade.
O homem, pleo contrário, já nao era assim julgado de maneira igual se tivesse o mesmo tipo de comportamento. O adultério parecia ser assim uma prática "comum" na sociedade d' "Os Maias" (Raquel Cohen e a Condessa de Gouvarinho), onde a mulher deveria ser fiel e cumprir os seus deveres.
Conclui-se então que a sociedade feminina não condizia como o que devia ser e era mais conhecida pelos seus actos e práticas "impróprios".

Flávia Freire, 11ºA

O casamento e o adultério

A mulher no século XIX passava despercebida na sociedade porque praticamente não exercia nenhuma função social nessa altura, ou seja, nesses tempos as mulheres de fidalgos e burgueses e até de outros estratos sociais eram apenas acompanhantes dos maridos, não tinham qualquer profissão e dependiam deles para sobreviver.
Do ponto de vista de Eça, a maior parte das mulheres casam-se por interesse, ou seja, são umas fingidas, pelo menos a maior parte, porque a mentira que algum casais vivem é fruto de uma educação que os pais dão às suas próprias filhas.
A educação que os pais davam às suas filhas consistia em mostrar-lhes que se queriam ter uma vida bem sucedida, tinham que conhecer o homem certo, ideal.
Esse homem ideal eram homens de grande estatuto social,ou seja, eram ricos, e naquele tempo todas as mulheres queriam homens ricos porque estes lhes davam uma vida de luxo e não precisavam de trabalhar, em alguns casos pode-se dizer que algumas casaram por amor, mas o adultério apareceu pela falta de tempo que os maridos tinham para as suas esposas, pois eram homens de negócios, levando assim as mulheres a satisfazer as suas necessidades com outros homens com pouco tempo ocupado. Estes por vezes eram mais ricos levando-as a rescindir o seu casamento com o marido anterior ou até isso podia não acontecer, mas elas fugiam com amantes para outros países como Inglaterra e França.
Actualmente vê-se em alguns casos que este modelo educacional ainda é imposto e vê-se casamentos realizados por causa do dinheiro, apesar do modelo educacional actual já ser bastante diferente em muitos aspectos.

Daniel Ruben, 11ºA

Adultério n' Os Maias

Como pudemos ler e analisar, na obra de Eça de Queirós, Os Maias, é tratado o tema do adultério.
Eça descreve as suas personagens femininas com um olhar satírico, pois são muito mal tratadas na obra, deixando-as muito mal vistas. Em relação ao adultério podemos averiguar que as mulheres também são as que realizam esse desrespeito, pois como se pode reparar Carlos tem um romance com a Condessa de Gouvarinho, e quem era casado não era Carlos mas sim a Condessa. Outro exemplo de adultério presente na obra de Eça é o romance de Ega com Raquel Cohen, sendo esta casada.
Como podemos ver nestes exemplos, não são os homens que cometem o adultério, mas sim as mulheres.

Rafael Passos, 11ºA

A Condição Feminina

Nos dias de hoje ainda se faz uma grande separação entre o que é socialmente aceitável por parte da mulher e por parte do homem. Contudo, esta divergência era ainda maior no século XIX, século no qual foi escrita a obra Os Maias, por Eça de Queirós. Nessa época, qualquer acto que a mulher praticasse que desrespeitasse as "normas" era motivo de crítica intensa e desprezo completo.
Analisando as personagens femininas que surgem n 'Os Maias verificamos que estas transmitem sempre uma imagem de falta de nível e de boas maneiras, pouco honestas e adúlteras.
O adultério é assunto tratado ao longo de vários capítulos d'Os Maias e torna-se clara a posição da sociedade quando este era praticado pela mulher e não pelo homem. Supostamente, uma boa mulher devia aceitar a traição do marido como algo normal, mas o contrário nunca poderia acontecer pois envergonharia e enxovalharia o marido.
Esta visão de Eça reflecte perfeitamente a da sociedade da sua época, visão esta que perdurou até aos nossos dias. A subalternidade da mulher é um preconceito que parece impossível fazer desaparecer da mente do português que ainda parece viver numa caverna.

Joana Cachapa, 11ºA

A Condição Feminina: Casamento e Adultério

Qual o papel da mulher num casamento? Esta é a grande questão à qual se pretende responder, neste texto.
Actualmente em vários países por esta Europa ou até por este mundo fora se encontram casos de violência doméstica, maus-tratos por parte do marido à sua esposa etc.…
Muitas vezes estes casos de maus-tratos ou de violência doméstica começam em pequenas discussões, mas muitas discussões por parte de grande número de casais são por causa do adultério.
Na mentalidade de muitos homens, a mulher é a pessoa que faz as tarefas domésticas e que trata do filhinho, mas para outros que se acham mais modernos a mulher pode ter um trabalho tal como homem só que também se esquecem que quando chegam a casa em vez de ajudar nas tarefas domésticas, vão para o sofá descansar.
A mulher têm tanto direito a trabalhar quanto o homem, mas deveria haver uma repartição das tarefas domésticas para que o homem também trabalhe em casa.

Luís Miguel Pinela, 11ºA

sexta-feira, 1 de maio de 2009

"Os Maias" no Teatro

A peça de teatro “Os Maias”, representada no Teatro da Trindade, excedeu largamente as minhas expectativas, desde o cenário bem concebido até aos actores que abrilhantaram esta difícil adaptação teatral do livro de Eça de Queiroz. No geral, foram focados os pontos mais importantes da obra, porém, ficamos com a impressão de que mais podia ter sido incluído, como a educação de Carlos. Contudo, essa falta foi compensada pelo humor muitas vezes presente ao longo da peça.
O bem escolhido elenco, no geral, não desiludiu, embora algumas personagens, como a de Pedro, pudessem ter sido melhor trabalhadas. Na minha opinião, este nem sempre conseguiu transmitir as emoções ao público. Positivamente, destaco a robustez da personagem de Carlos e a vivacidade conferida por Ega.
O adequado vestuário enquadrava-se à época que retratava, e tanto a luz como o cenário estiveram à altura do bom trabalho a que assistimos num dos mais belos teatros portugueses.
No global, a apreciação à peça é positiva, conseguiu prender-me a atenção do início ao fim. Mérito ainda por não ter perdido o interesse a meio e por nunca ter deixado de divertir a plateia que respeitou o trabalho dos actores ainda que com momentos de maior inquietação.

André Calado, 11ºB

"Os Maias no Trindade"

O Teatro da Trindade abriu as suas portas, no passado dia 22 de Março, para apresentar a peça "Os Maias no Trindade" a um público maioritariamente constituído por escolas. A nossa esteve lá presente, e à saída do edifício foram poucos aqueles que mostraram insatisfação.
É de valorizar o facto de terem conseguido espremer uma obra de carácter tão extenso, e realizar uma peça que durou, aproximadamente, duas horas. De uma forma geral, gostei do que vi. As luzes e os efeitos com elas produzidos captaram-me a atenção, tal como a música, que, seduzindo-me com um piano de cauda extraordinariamente belo, foi colocada de forma muito original (pobre Cruges, a tocar para tanta gente...). Aspectos como estes permitiram que toda a história de Os Maias, bem como a crítica à sociedade, fosse apreendida com prazer e desinibição por parte do público. Quanto ao trabalho de actores, gostei especialmente dos papéis interpretados pela actriz do grupo, que parecia ter grande confiança e presença em palco. A personagem Ega pareceu conquistar uma grande parte do auditório, dado o seu humor e comportamento atrevidos; Dâmaso trouxe-nos um toque de comédia, e Carlos da Maia cumpriu o seu papel de boa constituição física e elegância. A peça foi elucidativa da obra, ainda que a crónica de costumes tenha tido dificuldade em entrar no espírito do público, que, por sinal, teve um comportamento, na minha opinião, desagradável. Fizeram-se comentários inoportunos e risos desnecessários, que não devem ter sido, de todo, simpáticos, nem para os actores, nem para as pessoas que, de facto, estavam interessadas em assistir a uma peça de teatro.
Apesar disso, a ida ao teatro foi agradável e enriquecedora, tanto para aqueles que já tinham lido a obra, como para os infortunados que ainda não... Para estes, esperemos que a peça lhes tenha servido de incentivo.

Frederico Bonito, 11ºA