terça-feira, 12 de maio de 2009

A condição feminina: casamento e adultério em Os Maias

Eça de Queirós utilizou a sua obra Os Maias para criticar a sociedade e a política portuguesa do século XIX. Ele critica os políticos, o deslumbramento que os portugueses têm pelo estrangeiro, e aborda temas como a corrupção e o adultério.
O adultério é um tema do qual não se poderia deixar de falar, já que está presente em toda a obra e por diversas vezes. Está presente no caso de Maria Monforte com Tancredo, no caso de João da Ega com Raquel Cohen e no caso de Carlos da Maia e a Condessa de Gouvarinho. Eça vai usar estes casos para mostrar o quão fúteis e interesseiras as mulheres podem ser quando se fala de estatuto social e interesse económico. Todas estas mulheres se sentem infelizes no casamento que têm e é esse o motivo para o adultério e a fuga, no caso de Maria Monforte.
Para as mulheres daquela época saber como ia a política, como estava a economia do país ou até quem eram os artistas mais falados na altura não era minimamente interessante. O mais importante era a sua beleza e as portas que esta lhes poderia abrir. O facto de serem bonitas fazia com que se casassem com homens ricos e influentes.
Apesar da sua beleza, grande parte dos casamentos daquela época resultaram de arranjos com interesse económico envolvido, como o caso dos Gouvarinho, em que o marido contribui com o estatuto e a mulher com a fortuna do pai comerciante.
Após o casamento, os maridos deixavam de dar às mulheres a atenção que elas quereriam. Assim, elas tinham de procurar alguém que lhes desse essa atenção, cometendo adultério.
Com isto podemos ver que os motivos para um casamento eram o prestígio que isso daria à mulher, que passaria a pertencer a uma classe mais alta da sociedade, e a possibilidade de se tornar uma pessoa mais rica. O casamento passa, assim, a ser como uma parceria em que o principal objectivo é melhorar o prestígio social.

Catarina Lopes, 11ºA

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