terça-feira, 12 de maio de 2009

A condição feminina

Ao longo da obra “Os Maias”, ficamos com a sensação de que as mulheres que participam neste romance não são muito bem tratadas por Eça de Queirós. Tanto pela função social que desempenham, como por aquilo que representam para os homens, as mulheres são apresentadas como meros acessórios daquilo que é realmente importante na sociedade.
Quanto à sua função social, a impressão que nos fica é a de que a Mulher só tem um dever, e é esse tratar da sua famílias, dedicar-se exclusivamente ao amor. E é por isso que a Mulher surge como se fosse uma peça decorativa, essencial a qualquer homem de respeito, integrante da sociedade.
Parece-nos mesmo que a Mulher é tratada como se fosse outra espécie, uma espécie não dotada de inteligência suficiente para participar no mundo da cultura, da política, das letras; uma espécie que só evoluiu no sentido de criar apetências para amar, e para procriar.
Outra impressão que esta obra nos transmite é de que a Mulher, por vezes, exerce exageradamente a sua função de amar, porque não limita o seu amor apenas à sua família, mas também a outros pequenos romances, à margem da aparência de uma família perfeita. Estes casos de adultério não têm outra origem senão na própria educação que a Mulher recebe e na condição social a que é sujeita. Se pensarmos bem, a Mulher não tem nenhuma ocupação senão cuidar da sua família, e tudo o que a alimenta psicologicamente é o amor que recebe desta. Quando esse amor não a satisfaz, ela procura um refúgio naquilo que sabe fazer melhor, amar. Se não é a sua família, restam-lhe esses pequenos mas calorosos romances.
Privar as mulheres de participar na sociedade, acaba por privá-las de pequenos prazeres, que estas acabam por tentar alcançar à margem da sociedade, muitas vezes pelo adultério. E mesmo com todas estas privações a que são sujeitas, por não serem devidamente respeitadas, as mulheres são as mais discriminadas pelo mais pequeno comportamento considerado inadequado, como se lhes exigissem que fossem perfeitas, mesmo não as reconhecendo como tal.

Mariana Santos, 11ºA

Sem comentários: