sábado, 26 de dezembro de 2009

Estações...

Gosto do Inverno. Faz-me sentir viva.
Esta manhã acordei, olhei pela janela e vi neve nos telhados das casas em volta. Pensei ‘Neve na Cruz de João Mendes? É certamente impossível!’ e tinha razão. Quando acordei por completo, lembrei-me que não estava em casa.
Estou em França, nos arredores de Paris e está um frio de rachar. Faz frio na rua, quero eu dizer. Em casa, faz bastante calor, bastante mais calor do que na minha casa em Portugal.
O frio é uma presença forte nesta época do ano e, neste país, é inevitável, mas não me importo. Gosto de sair à rua quando faz frio e mesmo quando a minha mãe me pergunta ‘Ana Laura, tens frio?’ respondo sempre que não, mesmo que tenha as pernas geladas. Não quero que ela tenha uma desculpa para me enfiar em casa enquanto podemos passear pela rua e gosto de sentir ligeiramente o frio, mas… também não troco os meus serões à lareira por nada.
O frio aqui parece diferente do frio de Portugal. Durante o tempo de aulas, quando começa a fazer mais frio, fico logo com o nariz gelado e ando sempre a queixar-me que estou gelada, mas aqui ainda não deixei de sentir o meu nariz e, que me lembre, ainda não me queixei do frio. Gosto do frio daqui.
Gosto de observar as pessoas que passam na rua, nestes dias de frio. Acho piada reparar nas artimanhas que preparam para se protegerem das temperaturas baixas. Há gente com gorros, cachecóis, casacos enormes, luvas ou até mantinhas polares! O que importa é não sentir frio.
Acho que o frio nos faz sentir a realidade. Quando temos frio ao ponto de não sentir as mãos ou os pés apercebemo-nos que não temos controlo sobre tudo o que se passa connosco. Pode parecer uma ideia tola, mas é a minha.
Mas há dias em que também não gosto do frio. São os dias em que estou farta de andar com duas e três camisolas e aqueles dias em que sinto umas saudades imensas do Verão.
Todas as estações têm a sua magia. Posso dizer, com certeza, que o Outono é a estação de que menos gosto, mas não consigo eleger uma favorita de entre as outras três. As restantes têm tanta coisa positiva. Temos o Inverno, que traz consigo serões à lareira, gorros, cachecóis e luvas e também traz a neve, por vezes; temos a Primavera, com os passarinhos a cantar, as folhas das árvores que crescem e as flores que dão vida aos jardins; e, por fim, temos o belo do Verão, onde tomam lugar alguns dos momentos mais marcantes das nossas vidas, há idas à praia, há as férias grandes e muita diversão.
O Inverno faz-me sentir viva, a Primavera faz-me sentir alegre e o Verão faz-me sentir livre.

Ana Laura Miranda; 11º C

Livros...


O Livro é um amigo, pois é ele que nos acalma e nos compreende quando nos afligimos. Recebe as nossas lágrimas quando nele sentimos, uma vez mais, uma experiência passada. Além de amigo, é um companheiro que podemos levar connosco se, ao caminharmos sozinhos, for demasiado penoso. Uma casa repleta de livros pode ser acolhedora. Uma estante gigante a transbordar que nos convida a descobrir os segredos e mistérios que os seus livros escondem é fascinante.
É realmente emocionante podermos perceber aquelas palavras, viajarmos para mundos desconhecidos sem mesmo sairmos da nossa cama quente. Ao lermos um livro, podemos fingir que somos o protagonista, o herói ou o vilão sedutor. Nestas ocasiões, fingir é capaz de ser bastante divertido, não concorda?

Sara Batista; 11º D

Livros!


Para mim, um livro é uma alma. A alma de quem o escreveu reside no livro, nas palavras ditas com rancor ou amor, com significados ou banalidades. Mas não é só uma alma. Um livro é um porto de abrigo, um refúgio, num mundo à parte, no qual penetramos através da imaginação de quem escreve.
Quando leio esqueço tudo à minha volta, é como se nada existisse para além de mim e das personagens que acabei de conhecer. Muitas vezes, me identifico com uma das personagens, seja ela a protagonista ou apenas alguém com funções secundárias em toda a história.
Por vezes, chego a pensar que apenas os livros me compreendem e me conhecem verdadeiramente. São eles os meus melhores amigos e entendemo-nos bastante bem.


Patrícia Chainho; 11ºD

Ler!


Todos nós sabemos a importância da leitura para o desenvolvimento racional do humano.
É importante ler, procurar saber mais, ter uma vontade de desenvolver o nosso cérebro e não nos privarmos de conhecimento.
Cícero disse que uma casa sem livros é como um corpo sem alma. O que queria ele dizer com isto? Se eu não tiver livros em casa não tenho alma? Sou um corpo morto? Não! O facto de não ter livros em casa proíbe-me de vaguear por mares de conhecimento, conhecer terras, personagens até mesmo os escritores; através de um livro, consigo abrir a mente e viajar por terras que nunca teria oportunidade de visitar. O livro preenche a nossa vida, aumenta o nosso conhecimento e faz de nós alguém mais vivo, mais sabedor, mais humano.
Ter livros em casa facilita-nos esse trabalho, serve como prova de que lemos, logo existimos.
Quem melhor para nos acompanhar numa viagem longa e aborrecida? Numa tarde de praia, quando estamos sozinhos ou mesmo quando não temos nada para fazer?
Quem melhor para guardar todos os nossos segredos? Um livro, o livro é aquele amigo que não nos deixa pensar em assuntos mais tristes, que nos ajuda a passar mais um dia da nossa vida.
É através dele que voamos, que nadamos em oceanos por entre peixes, sem necessidade de pensarmos nos perigos do mar, é ele que nos mostra amor perfeito ou a morte trágica, a realidade ou a ficção ele, como disse Julien Green, não nos impões barreiras, pessoalmente acho que é mesmo assim, ele não nos impões barreiras, pelo contrário, ajuda-nos a ultrapassá-las, por vezes, de formas que nos dão o maior prazer no mundo.
Agora deixo a minha frase para quem a quiser comentar:
- Enquanto leio sou gente, respiro, suspiro, sou feliz.


João Pedro Rocha; 11ºD

Leitura


“Uma casa sem livros é como um corpo sem alma”. Uma casa precisa de um pouco de cultura e de beleza. Um livro não serve só para a decoração de um móvel, mas sim para ser manuseado por amigos e familiares. É uma questão de partilha que todos deviam de fazer e, principalmente, de sentir. Quando estamos sós, sem nada para fazer, por que não ler um livro? É uma óptima companhia para a solidão e ainda nos enriquece com a cultura que nos traz.
Quando lemos, a imaginação começa a voar e quando damos por isso já estamos dentro da história a viver uma aventura ou a ser confidente da personagem principal, dependendo do tipo de livro. Os livros mostram-nos sítios que nunca vimos ou que nem iremos ver, mas pela descrição quase que conseguimos sentir o cheiro ou o barulho de um determinado lugar.
Ler é ser saudável, é conseguir imaginar e principalmente é saber partilhar.


Manuel Mascarenhas; 11ºD

Vida!

Vida há só uma, é necessário vivê-la ao máximo, é necessário não esquecer que há oportunidades únicas, que só se têm uma vez, por mais anos que se viva. Saborear a vida não é fácil, pois esta, à medida que avança, corrompe-nos e torna-nos, cada vez mais, impuros.
“Escolha o seu dia”, Magritte
Saborear a vida é o que faz uma criança quando pede para ficar mais um pouco na festa de um amigo ou no parque da cidade; é o que um adolescente faz quando pede para chegar mais tarde a casa naquela noite.
Este dom perde-se no tempo, porque, com a idade, vem a responsabilidade e os longos turnos; começa a escassear a paciência e o tempo, não há um sorriso puro pela manhã… Não há tempo para as crianças, para as educar e ver crescer! Muitas delas são atiradas para os braços de uma babysitter por meia dúzia de euros à hora… outras nem essa “sorte” têm!
Depois da idade adulta, da idade activa, é que as criaturas de Deus se lembram do que se esqueceram, mas aí já há pouco tempo para saborear, algum já se encontram mesmo em sofrimento profundo, e o melhor remédio é o “descanso perpétuo”.
A vida não é só dinheiro, trabalho e sofrimento, é também o “reverso da moeda”, é todo o convívio com os que nos são próximos; é rir no trabalho, no café e em casa, é abraçar quem gostamos e fazer companhia a quem precisa! Há tempo para tudo nesta vida, são as escolhas que as pessoas fazem que nem sempre são as mais correctas e que comprometem toda uma vida. E o pior é que nem sempre se comprometem só a si mesmos e arrastam “inocentes” consigo para o “buraco” do aborrecido, do vazio e do monótono.
Uma vida cheia de amor, de luz e de alegria, e o que eu peço para este Natal!
Vive a tua vida e não os teus problemas, aquilo que te preocupa. Olha que quem saboreia a vida, vive com mais intensidade!

Francisco Almeida; 11º C

Contentamentos

Aproveitar cada momento, cada minuto e cada segundo, cada manhã e cada tarde, cada dia.
Aproveitar cada carinho e cada afecto.
Aproveitar todas as sensações de cada dia, aprender a recebê-las e a transmiti-las.
Aprender a aceitar, a conviver, a compartilhar, a amar e a sentir devia ser o ponto de partida para cada dia.
Quero apenas falar da amizade, o maior e o melhor sentimento que podemos proporcionar e que também a nós nos podem proporcionar.
Quem semear a semente da amizade, a regar, a apanhar no tempo certo, pode ter a certeza de que tudo vai dar certo. Não vai ser uma estúpida briga ou uma estúpida mentira a deitar tudo a perder.
Esta espécie de plantinha é construída a partir da alegria, dos sorrisos, do carinho, da confiança e dos momentos partilhados num sentimento de verdade e de honestidade
Se essa amizade nascer, vai unir alguém, e, então, sentimos a tão falada alegria e o contentamento de nos sentirmos amigos de alguém!
Os amigos dividem as alegrias e partilham as tristezas; estamos sempre uns para os outros nos bons e nos maus momentos. Somos, então, AMIGOS!
Quem planta e cuida essa semente com alegria, vai viver uma das mais perfeitas amizades, pois quem vive de contentamentos, nada em bons momentos.

Beatriz Lourenço; 11ºC

Amo, existo!


O que é o amor? Será que o que estou a sentir é amor? Todo o ser racional já se interrogou, pelo menos uma vez na vida, acerca deste grande mistério que é o amor.
Para mim, o amor é algo inexplicável, algo que não conseguimos explicar por palavras, mas sim pelo sentimento! O amor vive-se, sente-se, não se explica. Nós não podemos tocar o amor com as nossas mãos, como se fosse um objecto, porque este não é algo materialmente visível.
Não há ninguém, nem uma única pessoa neste mundo que possa dizer que nunca amou ninguém, porque se o disser está a mentir redondamente.
Existem vários tipos de amor, amor de amizade, amor entre família e amor entre duas pessoas que estão apaixonadas. Por mais fria e insensível que uma pessoa seja, e por mais que diga que nunca amou ninguém está a iludir-se, está a enganar-se a si próprio, uma vez que não aceita a ideia de que todo o ser humano precisa de amar algo ou alguém para viver.
Quando falamos em amor, pensamos só em coisas boas, em momentos maravilhosos que passamos com a pessoa que julgamos amar verdadeiramente e até mesmo cair no grande erro comum, de dizer “amo-te para sempre”. O amor não é feito apenas de momentos agradáveis, muito pelo contrário, o amor traz muitos aspectos negativos: muitas discussões, muitos desentendimentos, muito sofrimento e dor, muita dor. Mas aquele que ama verdadeiramente é capaz de passar por cima de todas estas barreiras que a vida nos apresenta.
Será que vale a pena dizer/escrever mais alguma coisa sobre o amor? Acho que não. Só quando quem amar verdadeiramente alguém é que irá compreender tudo o que é o amor. Contudo, todo o ser humano precisa de amar para poder superar e vencer com sucesso esta grande batalha que é a vida. Está dito.


Patrícia Pereira; 11ºC

Sonhar


Sonhar. Uma pequena palavra com um significado intenso e vasto. Afinal, o que é o sonho? O que é realmente sonhar? Será imaginar, pensar, desejar ou prever?
O que seria das crianças sem a capacidade de sonhar e de imaginar? Ou mesmo de todos os seres humanos? Seríamos apenas criaturas que simplesmente vivem, não pensam, nem sentem… Apenas vivem. Ficaríamos bastante parecidos às máquinas, não acham? Sonhar é tão essencial que, se não existisse tal capacidade, nem teria sido capaz de elaborar esta composição.
No entanto, nem todos os sonhos são bons… Muitas vezes temos os chamados pesadelos e são eles que nos levam a reflectir sobre certas coisas ou a interrogarmo-nos sobre o verdadeiro significado dos acontecimentos. Frequentemente, acordamos sobressaltados pelas terríveis imagens que esses pesadelos nos deixam na mente.
Também é certo que nem todos os sonhos se realizam, ou, para ser mais precisa… são praticamente nenhuns os que se realizam, mas independentemente disso todos nós sonhamos. Sonhamos todos os dias. Por vezes acordados, outras vezes a dormir… Vulgarmente, utilizamos a capacidade de abstracção e o pensamento para sonharmos momentos, conversas e gestos. Sonhamos a perfeição, sonhamos o desejo, sonhamos a vida… Enfim, uma infinidade de opções. Sonhar está obrigatoriamente ligado à imaginação.
É na nossa infância, enquanto somos apenas crianças, que se começa a formar a nossa personalidade e, neste processo, a capacidade de sonhar está sempre presente. As meninas sonham ter uma grande família, um marido bonito e que goste delas e os meninos sonham ter um bom emprego e serem bem sucedidos. Todos sonham!
Quem disser que nunca sonhou está a mentir. Está a mentir com todas as suas forças porque o nosso ser é feito do sonho.
Quem não sabe sonhar, não sabe o que é ser criança!


Ana Laura Miranda; 11º C

Mostra-te!


Nunca dei o melhor de mim, até hoje. Durante anos, limitei-me a fazer o que era necessário. Por vezes, sentia-me aprisionada a uma imagem que não era real, mas faltava-me coragem para me libertar daquela prisão, prisão essa que fui eu própria quem a construiu. Prisioneira de medos, era eu no passado. Sabia que tinha que mudar, que tinha que me livrar dos receios que me atormentavam, que tinha que deixar cair a máscara.
Num dia, em que os meus cabelos ondulavam a cada suave suspiro do vento, estava decidida a ultrapassar os obstáculos que se atravessassem no meu caminho sem nunca dar parte fraca. Ainda não abandonei a máscara de todo, mas estou a lutar por isso. Infelizmente, não estou a fazê-lo totalmente por mim, estou a fazê-lo por alguém que se importa comigo, alguém que me ouve e alguém que me apoia.
Faz como eu, sê tu próprio, sê sempre verdadeiro, luta pelo que ambicionas, desliga-te das más críticas de quem se acha superior.
Sorri, diverte-te a toda a hora. Não te ocultes, dá um salto e mostra-te.


Patrícia Chainho, 11ºD

Jogo


Quem muito de si der jogará sozinho no fim”
A lua já se encontrava, majestosa, no seu altar de “noir” e exibia o seu brilho para a minha pobre existência. Tenho a certeza que segredou ao vento para que viesse dançar ao meu redor, mas é um ousado esse vento, sempre insiste em cheirar o meu cabelo. Enfim, faziam-me sorrir.
Corre ao pensamento a lembrança, pois nunca é demais tocar a fatídica cicatriz que ainda decora as minhas costas. Posso sentir de novo o tremor da falsa mão amiga. A lâmina que a inveja arrefeceu, um rio salgado na face. Foge-me das mãos a memória, ela foge do meu controlo e invadida apenas me resta reflectir.
Discussão após discussão, gritos aqui, gritos ali, os seus corpos sempre foram abraçados pelas minhas águas, eu afogava-os nas maresias dos meus braços, e quando perdidos, levava-os à superfície. O gesto sem valor.
Ah, a noite agitou o meu coração… Uma folha que cai diz-me que chegou o momento. Abandono-me neste lugar, lanço lágrimas aos céus. Tanto que fiz e tão pouco que recebi. Hoje, sei que quem de si muito der, jogará sozinho no fim.


Sara Batista; 11º D