quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Confusão

La bibliothèque en feu [A biblioteca em fogo], 1974
Maria Helena Vieira da Silva


Qual é a primeira ideia que me vem à cabeça quando me dizem para pensar na minha vida? Uma verdadeira confusão. É esta mesma ideia de caos total que me surge na mente quando olho para este quadro.
No entanto, se olharmos com atenção, os elementos do quadro começam a fazer sentido e é como se as peças se encaixassem: começamos a ver livros, prateleiras e rapidamente nos apercebemos de que se trata de uma estante “recheada” de livros. Tal como nas nossas vidas, esta estante está organizada por temas. Os romances estão do lado esquerdo, perto do coração, os contos e histórias de encantar ocupam a parte de cima da estante, na área do cérebro e os livros que tratam de histórias heróicas de outros tempos vão-se encaixando nos lugares restantes.
A meu ver, esta estante é uma metáfora da pessoa: a parte de cima, onde estão os contos, é o cérebro, associado à imaginação; o centro, representa o coração, lugar dos sentimentos e dos livros de romance; e, por fim, as filas de fora da estante simbolizam os nossos membros, partes do corpo humano sempre evidenciadas nos heróis principais nos relatos heróicos.
Tanto a estante acima representada, como as nossas vidas, aparentam ser repletas de confusões e mal-entendidos mas, ao escavarmos mais fundo, compreendemos que afinal está tudo no seu devido sítio, o sítio onde as guardamos. Pode parecer confuso para os outros, mas conseguimos encontrarmo-nos na nossa própria confusão.

Ana Laura, 12ºC, nº2