sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Carta de Amor

Meu Sol, meu amor,

Sinto saudades tuas!
Não tem parado de chover e eu já me começo a afogar no meu próprio solo. Preciso que venhas até cá abaixo e que evapores estas poças de água. Eu sei que tu queres vir, eu sei que me queres ver, eu sei que me queres observar enquanto giro à tua volta o dia todo.
Nós os dois somos imparáveis. Somos mais unidos que Adão e Eva e até mais fortes que Romeu e Julieta. A minha fotossíntese seduz-te, a tua radiação ultra-violeta enfeitiça-me, o meu pólen faz-te espirrar de amor e o teu brilho agita-me a clorofila.
Atingimos o clímax nos dias de Verão e amamo-nos durante a Primavera. Mas agora que é Inverno, nem abelhas há para me beijocarem e pôr-te ciumento - e por isso eu te escervo, para te lembrares de mim e para me imaginares enquanto o nevoeiro não passa.

Um beijinho do extremo da minha raiz.
Girassol

Frederico Bonito

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