quarta-feira, 16 de abril de 2008

Na Tal Noite

Ela estava na varanda a olhar para o céu estrelado. Desde a morte da sua mãe, havia dois anos, que ia para lá todas as noites, pois as estrelas traziam-lhe recordações dela. De repente, uma das estrelas começou a brilhar mais intensamente e à sua frente apareceram pontinhos brilhantes, que logo começaram a formar uma imagem, a imagem da sua mãe. Não... não era uma imagem ...era o fantasma da sua mãe...
- Minha querida, eu estarei sempre contigo a partir de agora e só tu me poderás ver. - Disse-lhe o fantasma da mãe.
- O quê?! Eu devo estar a sonhar! Isto não pode ser real...
-Não te assustes! Esta é a única maneira de comunicarmos, através dos teus sonhos.
- Mas se são sonhos então não é real, certo?
- Não. Eu estou mesmo a falar contigo, mas através de um sonho.
- Uau! Eu nem sabia que isso era possível!
- É possível, mas também é raro. A partir de hoje falarei contigo todas as noites. Agora tenho de ir, mas volto amanhã.
- Adeus!
Da mesma forma que aparecera, o fantasma da sua mãe voltou a desaparecer.
Quando acordou, pensou que tudo aquilo era um simples sonho, mas na noite seguinte a mãe voltou a parecer, e nas que se lhe seguiram também. Então, ela percebeu que não era um simples sonho - tal como a mãe lhe havia dito, era uma forma de comunicarem.

(Lénia Candeias)

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