quarta-feira, 17 de junho de 2009

Não há amor como o primeiro



Nem que Deus me permitisse sobreviver mais mil anos e mais mil amores viver, eu poderia esquecer o primeiro, pois não há amor como o primeiro... pode ter sido um amor com pouca maturidade, de duas crianças que desenhavam o futuro; pode ter sido um amor platónico, aquilo que hoje chamaria de loucura! Mas foi assim o primeiro, um amor de loucura, em que em cada movimento, palavra, gesto era depositado um enorme sentimento. As palavras escritas ao companheiro não eram narradas, eram desenhadas, pensadas, para que a perfeição fosse plena, porque, numa amor assim, o que importava, não era viver os momentos com a pessoa amada, mas sim viver os pensamentos do outro, sonhar acordado com os sentimentos, criando, assim, para além de um amor material, um amor idealizado, irreal, impossível de se concretizar.
Um amor sem um único olhar real, só um toque em sentimento; um amor que se prolongou durante uns longos oito messes. Cada dia, era vivido intensamente a pensar no que o outro poderia estar a pensar, e sempre que possível a questionar por escrito ou por chamada, o que se estava a passar, se estava tudo bem, se tudo corria bem.
Mas um amor, assim, acaba por se esgotar e ser desconfortante e a insegurança, a confusão, o desvario, aparecem, põem fim ao amor que, da mesma forma com que se iniciou, terminou. Ficou apenas o sonho de alcançar o PERFEITO.
Este foi o primeiro Amor... Aquele que não desaparece do coração. Mesmo que a ilusão tenha sido a principal razão para a sua concretização.

Marlene Silva ;10.ºC

1 comentário:

Guarda-Letras disse...

É verdade, não há amor como o primeiro. Ele é uma chicotada de sentimento e entusiasmo; é um afã que jamais se esgota! É delicioso!E marca para sempre!
Bonito texto. Podes continuar a evocar as tuas memórias de amores...
F. Beja