terça-feira, 25 de novembro de 2008

Charles - A Entrevista


Conheci Charles, no âmbito do projecto ‘’A Hora do Conto’’, proposto pela Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, Santiago do Cacém.
Basta observar como a sua maneira de estar é tão simples, mas ao mesmo tempo, tão artrítica.
Charles Hejnal nasceu a 7 de Abril de 1947, em Lille, França assumiu como profissão a de “Pintor’’.


Joana NunesQuando Descobriu a paixão pela pintura?

Charles Hejnal – Repentinamente aos 22 anos, acordei uma manhã com um desejo de pintar a aguarela (tipo paixão amorosa mesmo) e no mesmo dia fui para Estrasburgo comprar materiais.

J.N.Para além da Pintura tem mais alguma paixão, qual?

C.H. – Tudo o que tenha a ver com o tempo passado, para mim é fascinante (Paleontologia, Arqueologia). Posso mesmo dizer que sou um apaixonado pelo fenómeno da evolução da vida.

J.N.Por que decidiu aceitar o convite para participar neste projecto de pintura da sala da ‘’Hora do Conto’’?

C.H. – Primeiro, porque gosto muito das pessoas com que estou a trabalhar na Câmara Municipal; depois, porque é um tipo de pintura para mim, muito mais interessante que pintar um quadro. Neste tipo de pintura, estou a preencher volumes, criando uma ilusão.

J.N. – Para além deste projecto, sabemos que tem participado noutros, nomeadamente projectos relacionados com pintura nas freguesias. Explique-nos um pouco no que consistem e porque os aceitou?

C.H. – É um projecto que pretende dar oportunidade a pessoas de se familiarizarem um pouco com a pintura e que de outra forma nunca a teriam. A Câmara de Santiago tem uma política muito humanista, preocupa-se em dar às pessoas do mundo rural as mesmas coisas que às chamadas “elites”, sendo esse o principal motivo da aceitação de participação no projecto. Partilho das mesmas ideias e acho que se tem que vulgarizar a pintura e as artes. Toda a gente tem que ter as mesmas oportunidades.

J.N.Como pessoa, o que mais o tem enriquecido ao participar nestes projectos?

C.H. – Principalmente, recebo muita amizade e uma resposta muito positiva das pessoas e são essas pessoas que mais me têm feito sentir em casa. Que não me fazem sentir um estrangeiro.

J.N.Sabemos que conta com a participação de alguns voluntários no projecto. Gosta de ensinar?

C.H. – Gosto de ensinar tudo o que aprendi em toda a minha vida. Todos os truques, técnicas, segredos e gosto de partilhar todas estas experiências.

J.N.Tem alguma faixa etária com que goste mais de trabalhar. Qual?

C.H. – Prefiro, acima de tudo, trabalhar com os adolescentes, porque são mais concentrados e têm muito mais vontade de aprender. Os adolescentes preferem aprender a produzir. Os adultos, muitas vezes, não se preocupam em aprender, mas sim em produzir quadros. Também acho que são os adolescentes os futuros pintores, arquitectos, engenheiros…, por isso, devem ser ensinados e despertados para a arte e para a vida.

J.N. – Há alguma coisa que queira acrescentar ao que foi dito?

C.H. – Sim. Quero dizer que tive muita sorte em ter sido integrado nesta sociedade e ter tido o privilégio de puder participar na vida dos portugueses. Participar nas suas angústias, alegrias, preocupações, etc. … Tudo.

J. N. Obrigada pelas suas palavras e também pela arte que possui e que com todos gosta de partilhar!

Joana Nunes - 10º C

1 comentário:

Guarda-Letras disse...

Joana, que boa surpresa este teu trabalho! Deves continuar a empenhar-te e a trabalhar. Tens muitas capacidades, não as desperdices!Parabéns!
F. Beja