segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Caos e Amor

Amadeo de Souza-Cardoso
A multiplicidade de cores, de padrões e de fragmentos de imagens deixa-me baralhada. Faz-me sentir dividida, faz-me prestar atenção e captar o mais ínfimo dos pormenores, estimulando a minha mente para a beleza desta perfeita confusão. Talvez sim, talvez não, que tenha sido por tudo isto, esta a tela, a que mais me marcou.
Amadeo Souza-Cardoso, sendo um pintor expressionista, pinta de acordo com as suas emoções e sensações, das quais, tenho a certeza, muitas delas representam alegria, expressas por todos os elementos ligados ao amor. Há alegria devido ao uso excessivo de cores fortes. Contudo, outras representam revolta, por este pintor ter sido um ser incompreendido, gerando, então, o abstracto e a confusão.
Ao observar esta obra deparei-me com o facto de ter de repartir o meu olhar e a minha atenção por todos os cantos do quadro, pois todos eles me transmitiam múltiplas sensações. Consegui até rever, nesta confusão, a confusão das emoções da minha vida; toda ela expressa neste conjunto de cores e formas. Vejo o amor, expresso nas flores ao centro da obra, o amor proibido, expresso pelas diferentes partes de um corpo feminino. A desordem, expressa nas inúmeras cores utilizadas. Vejo, agora, a mais forte de todas as mensagens: aquela que é transmitida pelos espelhos, a verdadeira introspecção; o olharmos para dentro de nós mesmos, até no meio do caos e da confusão.
Na junção de todos estes pequenos fragmentos, Amadeo de Souza-Cardoso, dá a cada um de nós a liberdade de absorver desta obra a interpretação que mais nos estimule. Sinto-me, assim, livre no caos e no amor!
Beatriz Lourenço; 12ºC

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