sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Modernismo

Amadeo Souza-Cardoso

O Modernismo, à sua nascença foi muito criticado, não só na pintura, mas também na literatura e noutras artes. Somente com o passar do tempo é que as pessoas aceitaram e perceberam aquilo que realmente era transmitido através desses quadros futuristas da arte moderna, cheios de imagens abstractas e formas inexistentes nos antigos trabalhos artísticos.
As pessoas estavam habituadas a ver quadros que relatavam a realidade, aquilo que os olhos alcançavam, não aquilo que a nova arte relatava: sentimentos ocultos, confusão, desequilíbrio e outras sensações.
O Modernismo, como todos nós sabemos, é quase o oposto daquilo que a arte clássica era. Na pintura, desde do aparecimento da máquina fotográfica, os pintores deixaram de mostrar a realidade devido ao motivo de uma simples máquina o fazer na perfeição.
Por isso, os pintores do Modernismo, para além de pintarem aquilo que os olhos vêm, começaram a pintar “sentimentos sobre tela”, pintar aquilo que imaginavam, aquilo que sentiam e até aquilo que sonhavam.
Como podemos ver, no quadro que está na imagem, para as pessoas dessa altura era impossível perceber o sentido do quadro, e como é de esperar, criticavam e achavam-no um absurdo. Mas com o passar do tempo, as pessoas começaram a tentar perceber aquilo que realmente o pintor queria pintar ou talvez transmitir.
O quadro não relata nada que se possa ver no dia-a-dia, na rua ou no café, porque é muito mais que uma simples imagem ou fotografia; é preciso saber interpretar e intelectualizar aquilo que é visto.
Este quadro à primeira vista, não parece ser mais do que uma tela cheia de cor e sem regularidade nenhuma, “falta as leis da natureza”. Mas, ao procurar no quadro, podemos ver pedaços de “realidade” fragmentados e numa ordem irregular, que pode ser interpretada como o momento vivido pelo autor, ou talvez como aquilo que ele tinha na cabeça numa fase em que estava a tentar intelectualizar a o seu dia-a-dia, aquilo que era a sua vida.
A interpretação varia de pessoa para pessoa, por isso, é muito difícil entender aquilo que realmente o pintor sentia e queria transmitir. Mas a arte é mesmo assim. Um desafio!

Catalin Vasile Cicau

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