quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Composição surrealista, Cândido Costa Pinto, 1962

Este quadro captou, de imediato, a minha atenção. Ao início, não entendi bem porquê. Olhando com mais atenção, lembrou-me o mar, as algas, os corais… Dá-me a ideia de movimento, de vivacidade.
Mar, para mim, significa calma e, ao mesmo tempo, liberdade. Há dias em que está calmo, sem ondas, é dominado por um silêncio tão imenso como a sua extensão. Depois, há outros dias em que está violento, em que corre livre e as ondas marcam o ritmo da vida e o passar do tempo. Tal como o mar, também nós temos dias calmos e dias agitados, dias alegres e dias tristes. Isto é o que me sugerem as cores desta obra de arte; as mais claras lembram-me a leveza e a felicidade dos dias bons, as mais escuras lembram-me a tristeza, o peso e a carga negativa dos dias maus.
Como disse, mar é para mim sinónimo de liberdade. Mas sempre que buscamos a liberdade, existem barreiras e prisões que, de algum modo, nos são impostas. Nesta imagem, observo o que me parece ser um pedaço de rede e é essa rede que representa, na minha opinião, as privações a que estamos sujeitos (ou a que nos tentam sujeitar!) ao longo de toda a nossa vida.
A chave está em desfazer essas redes, fio a fio, até conseguirmos ser livres e ter o nosso próprio ritmo, sermos o nosso próprio mar.


Ana Lúcia Sobral; 12ºC

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