sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Confusão 2

Amadeo Souza-Cardoso
Amadeu de Souza-Cardoso é um pintor expressionista. Neste quadro, ele pretende transmitir as mais variadíssimas sensações a todos aqueles que quiserem apreciar a sua arte.
Sem dúvida alguma que este quadro é abstracto, no entanto e se observarmos com atenção podemos encontrar determinados objectos que nos suscitam curiosidade e que nos fazem interrogar por que razão é que estão ali, uma vez que têm origem completamente diferente. Porém, na minha opinião, a carta do naipe de paus e parte do corpo de uma mulher, nomeadamente os seios, a perna e a nádega direita, pretendem transmitir a ideia da prática de actividades ilícitas naquela época (1917), tais como o jogo e a prostituição.
As flores que estão pintadas ao centro do quadro, especialmente as rosas, são o símbolo do amor, da paixão, contrastando, assim com os restantes elementos já mencionados. O gafanhoto e a borboleta, discretamente pintados neste quadro, simbolizam a presença da natureza, juntamente com as flores. No canto superior direito, encontra-se parte de uma janela, dando-nos a sensação de que é possível ver o que está dentro do quadro. No entanto, no canto superior esquerdo, o pintor recorreu à expressão plástica, colando pedaços de espelho na própria tela. Através destes, podemos ver a nossa imagem, transmitindo-nos a ideia de que estamos dentro do quadro, no meio da confusão.
Assim, podemos concluir que os objectos que se encontram neste quadro têm um significado próprio, por mais obscenos que nos pareçam à primeira visita. A junção de diversos elementos de natureza diferente pode resultar numa desordem, mas o pintor Amadeu de Souza-Cardoso não os pintou por acaso. Deste modo, deixou que cada “leitor” retirasse da sua obra de arte a interpretação que bem entendesse.

Patrícia Pereira; 12ºC

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