terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Separação

Helena Almeida, Separação, 1976

Olho para a fotografia de Helena Almeida e consegui identificar logo o grão perfeito que só a fotografia analógica tem. Toda a fotografia a filme tem uma essência inexplicável, boas tonalidades e, acima de tudo, muito trabalho por parte do fotógrafo. Com a evolução (para pior) da fotografia, já não há bons fotógrafos como havia antigamente. O grande Henri Cartier-Bresson foi um exemplo de um bom fotógrafo pois as suas fotografias tinham sentimento e originalidade. Agora, com a evolução do analógico para o digital, toda a essência original da fotografia e de fotografar acabou! Esta já não revoluciona as Artes Visuais como revolucionou na primeira metade do século XIX e já não há a surpresa e curiosidade de acabar um rolo e de o revelar com vários processos diferentes para sabermos se o nosso trabalho ficou ou não como queríamos. E é isso que me faz ficar triste e a pensar.


Com as máquinas digitais ultra-compactas e ultra-baratas, a fotografia passou a ser banal, não tem qualquer significado. Qualquer indivíduo com uma máquina tira uma fotografia, manipula-a e pensa que fez um bom trabalho mas, na verdade, não passa de uma imitação de qualquer fotografia que já viu e, ao estar excessivamente manipulada, a fotografia distancia-se muito da versão original e volta a não significar absolutamente NADA!


Vou continuar a fotografar em analógico, a estragar filmes e a tentar de novo, a gastar dinheiro para fotografias em papel e não as deixar ficar no computador para algum dia se perderem.


Ao fotografar em analógico, sinto-me a evoluir e não a regredir como os dependentes do digital…


Manuel Gamito; 12º D






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