sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Publicidade

Era uma vez uma menina chamada Publicidade, muito traquina, sempre a dar a volta a quem lhe dava a mínima atenção, mas achavam-lhe piada, porque era pequenina e na verdade não fazia mal a ninguém, só queria brincar.
Mas, como tudo nasce, tudo cresce, e a Publicidade também cresceu – e continua a crescer.
Tornou-se mulher mas não uma mulher qualquer: ela é bonita, atraente, transmite segurança, é vaidosa, desperta sem argumentação possível a atenção de quem por ela passa, suscita um enorme interesse e transpira desejo. Fica sem dúvida na memória, todos a querem.
O que os Homens não sabem é o que ela esconde por detrás desta capa tão imaculada, desta imagem tão sedutora… Deixem-me reformular: alguns até sabem e aproveitam-se disso, é aliás devido a essa característica tão oculta que ela tem tanto sucesso.
Isto parecer-vos-á estranho, não? Afinal o que nos faz querer algo ou alguém é aquilo que essa coisa ou essa pessoa nos mostra. Aquilo que vemos é aquilo que desejamos.
Não, não é assim. Se soubéssemos à partida da existência dos defeitos (defeitos horríveis) que estão encobertos numa pessoa, aquilo que vemos torna-se menos atraente. É como apaixonarmo-nos por alguém espectacular e incrivelmente perfeito e no fim descobrirmos que se trata de um psicopata.
Exagero? Pois bem, a Publicidade é uma traidora. Sim, ela engana-te. Ela é capaz de te fazer pensar que necessitas do que ela te quer dar quando tu tens perfeita consciência do contrário. Ela faz-te acreditar que serás mais feliz, que terás mais sucesso, que serás melhor se tiveres a tal coisa.
A marca dela (que pode adquirir várias formas, portanto não é possível descrevê-la), a sua imagem clara, límpida (que, apercebemo-nos no fim, encobrem as trevas da traição), as suas frases convidativas (há quem lhes chame slogans) e a sua capacidade argumentativa constituem as suas armas fatais. E quem lhe resiste?
É preciso é ter cuidado, ver para além do que ela mostra. No fundo ela não tem mau carácter, apenas gosta de fazer jogos contigo, e às vezes faz batota…
Vê lá, não percas.

Sílvia Gonçalves (11º B)

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