sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Variações: "Canção de Hans, o Marinheiro"


1.


Hans saiu do porto com muita alegria
Embora com algum sofrimento
Todos reconheciam a sua valentia
Mas ir para o mar é um tormento.

Eles passaram por um enorme temporal
Estava a ser um horror
Embora parecesse radical
Era mais um filme de terror.

Muitos morreram a tentar
Morreram sem explicação
Nunca deixaram de amar
Aqueles que sempre lhe deram a mão.

Chegada ao Porto
Com pouca tripulação
Trazendo apenas um corpo morto
Que ficará no coração.

Muitos perguntam o que se passou
Perguntam onde estão os seus maridos
Hans com ar triste olhou
E elas choram em ombros amigos.

Tristeza percorre almas
Há um aperto em cada coração
Mas ainda assim todos batem palmas
A um grande capitão

Nem todas as viagens correm bem
Há sempre uns que ficam a naufragar
Vão mil voltam cem
Mas Hans continuará sempre a tentar.


Mariana Rocha

2.
Atravessar o mar
Não se faz apenas com um olhar
O mar não é um charco
É melhor levares o teu barco.

Não sejas tão aventureiro
Não te armes em marinheiro.
Para atingires a tua riqueza
Vence o mar e a tua natureza.

Para enfrentares a tempestade
Tem de ser com honestidade.

Pensa sempre com a tua alma
Por favor, não percas a calma.
Se a tempestade persistir
Tens duas escolhas:
Ou reagir
Ou desistir.


Ruben Colaço


3.
Com tanto temporal
Parecia um sofrimento
Pois foi radical
E eu não lamento.

Apareceram vagas
Foram umas grandes pragas
Mas a nossa valentia
Foi a nossa alegria.

Apenas um suspiro
Veio outra onda
Sou eu que transpiro
À espera doutra ronda.

Acalmou o coração
Pois parou o terror
Com toda esta pressão
Chegou ao fim a dor.


Carlos Morais

4.
Baixemos as velas
Mas que sofrimento
Para quê tanto tormento?

Mas que vida de pragas
Partiram-me as vagas
Marinheiro, aqui estragas
Em terra pagas.

Para quê tanta aflição
Quando ninguém me ouviu quando tinha razão
Que grande pressão
Que sinto no coração.

Homem ao mar
Que não sabe nadar

Que horror!
Isto parece um filme de terror!

Com tanto furor
Bati com a cabeça perdi a cor
Que suspiro
Safei-me da morte por um tiro.


Inês Palhinhas

5.
No barulho ensurdecedor da trovoada comecei a escrever,
Pois havia a hipótese de morrer.
Só tinha uma vela para me iluminar
O sofro do vento e o medo para me inspirar.

O Deus do mar a mim me queria abordar.

Agora começa uma história de terror
Mas o medo substituiu a dor
O vento cortante era gelado
Pedi ao vento: “Pára, senão fico com o barco naufragado!”

Ele riu e pensei que estava a gozar
Mas de repente com uma voz maior disse a gritar:
“Ordeno à tempestade para acabar”

Os ventos pararam e as ondas começaram a amainar.
Dei por mim, estava a dormir e a sonhar!


Nuno Malveiro

6.
Quando suspiro
Tenho uma aflição
E quando transpiro
É com razão.

Perante o terror
Sinto o temporal
Pois sinto o horror
De ser tão radical.

A espuma que se vê
Não aprece se normal
O que será que se vê?
Será um animal?

Estar no mar com valentia
É sempre um tormento
Embora seja com alegria
E haja sempre sofrimento.

Com as ondas a rebentar
Não há navio que aguente
Não vejo a hora de chegar
Para não ficar doente.

No céu uma estrela
Que tenho de seguir
Não posso perdê-la
Não posso sorrir.

Não sei onde ficar
Tenho de partir
Tenho pressa de chegar
Não me quero desiludir.

A casa quero ver
Aqui no meio do mar
Bem perto a quero ter
Onde a deixei ficar.


João Pereira

1 comentário:

Eduardo Miguel Pereira disse...

Excelente trabalho !
Parabéns a todos vós.
Gostei, e muito, de todos estes delíciosos verbos.