segunda-feira, 12 de abril de 2010

Amigo


Neste exacto momento, estou na escuridão do meu quarto, deitada sobre a minha cama fria, a minha respiração está demasiada calma, quase parada como se estivesse a morrer lentamente, e tudo o que sinto é nada. E nada é o que eu sou, realmente. Sinto-me intacta, não consigo mover-me, não consigo sair daqui, porque foi aqui que sempre esperei por ele. Sinto falta do meu bom velho amigo, ele foi embora tão silenciosamente e apenas me pergunto se isto é o fim. Já não tenho vontade de sair e ver o mundo lá fora, pois o mundo, lá fora, está-me a mudar, está-me a fazer esquecer tudo de bom que eu tinha. E isso significa que o meu pior inimigo está mais perto de mim. Significa que esse meu inimigo é o meu melhor amigo agora. A solidão é algo que está sempre presente, mesmo a meu lado. Ela está sempre colada a mim. Tal como o meu bom velho amigo costumava estar.
Só me resta o silêncio que me acalma e as memórias que nunca se vão apagar, porque as pessoas só morrem a partir do momento em que nos esquecemos delas.
Alexandra Castro; 11º D

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