sábado, 10 de dezembro de 2011

Memórias da "Menina dos Totós"

Lembro-me de quando era pequena e corria para o teu colo assim que chegavas a casa… Lembro-me de me levantares no ar e de dizeres que eu era o avião mais rápido do mundo… Lembro-me de ir buscar os rolos de cabelo, as maquilhagens e os ganchos de brincar e de brincarmos às cabeleireiras, lembro-me de quando fingias que eras uma senhora emproada e fazias a voz esganiçada e me pedias para te arranjar o cabelo… Lembro-me de me sentar no sofá, em tua casa, de me encostar a ti e, rendida ao cansaço das brincadeiras, adormecia… Lembro-me de quando dizias aquelas piadas de que eu, sendo pequena e sem perceber metade das palavras, me ria, e fazia com que te risses também, ao perceberes que não tinha percebido… Lembro-me de me dares beijos na testa quando eu te dava abraços e lembro-me, e não sei porquê, de que nunca gostava de me despedir de ti… E daquela vez, eu não me despedi!
Tenho saudades da minha infância, não por ser ingénua e ainda não saber como é o mundo fora dessa ingenuidade, mas sim porque fazias parte dessa infância, eras parte dela… E agora… Agora, as saudades persistem e apertam-me o peito, fazendo-me chorar, porque sei que nenhuma das duas vou voltar a ter comigo… Nem a minha infância vai voltar, aqueles tempos em que era a menina pequenina dos totós, a quem todos achavam graça, nem tu…
Perdi a minha ingenuidade e aprendi o que era perder alguém na vida, um pilar daquilo que hoje somos e que, provavelmente, não seríamos sem essas pessoas…
Enfim, avô… Tudo isto, não passam de memórias da minha infância, da “infância da menina dos totós”.
Nicole; 10º B

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