quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Rotinas de Infância

Quando o sol ainda não tinha nascido, já a minha avó e a minha mãe se tinham levantado.
A minha avó passava a roupa a ferro, do meu pai, dela e do meu avô, para vestirem para ir trabalhar. A minha mãe fazia o almoço para todos eles.
O meu pai levantava-se, por volta das sete da manhã, vestia-se, ia à casa de banho e saía para comer qualquer coisa.
Via a minha mãe a “aviar” os três sacos, enquanto a minha avó acabava de passar o ultimo par de calças. O meu avô ainda dormia e o meu pai acabava de comer.
Ele dizia, à minha mãe, por volta de que hora vinha para casa, e dava-me um beijo. Depois, lá ia de saco do almoço às costas.
Uns saiam outros entravam. A minha avó vinha comer. O meu avô levantava-se cerca das oito horas e ia logo fazer lume, fosse de verão ou de inverno.
Às oito e meia, lá iam os últimos dois trabalhadores da casa; a minha mãe vestia-me qualquer coisa e punha-me a ver televisão, enquanto me dava um biberão de leite. Ela ia tratar das vacas, das galinhas e das ovelhas.
Quando eu me fartava de ver televisão, ia brincar no sótão (onde tinha roupas, bonecas, jogos e tantas, tantas coisas fantásticas!) ou na areia às casinhas.
Por volta das dez horas, lá vinha o Miguel perguntar se eu queria ir brincar (o Miguel era e é o meu vizinho e melhor amigo, que é um ano mais novo do que eu). Lá ia eu pedir à minha mãe autorização; ela deixava, pois sabia onde eu estava e que estava bem, logo ficava descansada.
Brincávamos a manhã toda, até o pai dele chegar para almoçar, por volta da uma hora da tarde.
À tarde, eu costumava ajudar a minha mãe a lavar a loiça e, depois, ia brincar. Às vezes, o Miguel voltava a vir perguntar se eu podia ir brincar com ele. Às vezes ia, outras não.
Os meus avós voltavam do trabalho às quatro e meia ou cinco horas; o meu pai só antes do jantar ou, por vezes, até depois de eu já estar a dormir.
No dia seguinte, tudo voltava a ser igual ao dia anterior.
Hoje o meu pai é quem trabalha, mas já é tudo diferente do quando eu tinha três, quatro, cinco anos. Aquele tempo era dourado.


Ana Luísa; 10º B

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