quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Querida Avó!

Numa certa manha, muito antes do sol nascer já eu estava acordada, pois gostava do frio da manhã e de ver o nascer do sol. Depois do nascer do sol, a minha avó chamava-me.
- Ó Tiana, anda cá a avó! (Tiana era como a minha avó me tratava, era a maneira de ela ser carinhosa comigo).
Quando ela me chamava, eu tinha de ir logo, se não ela ficava chateada. Ao chegar ao pé da minha avó, ela disse-me:
-Senta-te filha, que é para tomares o pequeno-almoço. Come tudo.
A minha avó nunca queria que eu ficasse com fome. Nunca tivemos muito naquela altura, mas nunca me faltou nada.
Eu não posso dizer que tive uma infância normal, pois não a tive. Mas lembro-me de quando a minha avó me sentava no colo dela, ao pé do lume e me contava histórias antigas, e eu ficava encantada, e pensava: “ Será que um dia também serei grande e poderei ser assim tão corajosa quanto a minha avó?”
Esse dia foi óptimo; brinquei o dia inteiro, ouvi as histórias de minha avó, andei de bicicleta e fui dar um passeio com o meu avô. Fui a uma barragem, o que foi muito divertido. Aí, respirei o ar puro da natureza e, como de costume, atirei pedras para a água, para ouvir o barrulho que elas faziam ao bater na superfície espelhada.
Contudo, quando cheguei a casa tive um sobressalto - a minha avó estava desmaiada. Eu não sabia o que fazer. O meu avô foi logo chamar a ambulância para a minha avó ir para o hospital. Um dia que tinha começado tão bem ia acabar daquela maneira, tão mal.
Eu era uma criança e estava sempre com a minha avó e nessa altura a única coisa que me apetecia era chorar devido à falta que ela me fazia. E foi o que fiz. Escondi-me de todos e de tudo e limitei-me a chorar a falta dela.
E assim foi em lágrimas e grande tristeza que acabou um dos meus dias de infância.


Cristiana Quirino; Nº9 ; 10ºB

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