quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A minha primeira viagem de avião

Naquele verão, ainda de madrugada, vi as estrelas e parti. Parti para Lisboa.
Nas poucas horas em que estive na cama, pouco dormi, estava ansiosa por ir andar naquele pássaro gigante com motores nas asas.
Não via a hora de chegar ao aeroporto. Mas, por fim, lá chegámos. Era enorme, nunca tinha visto nada assim!
Numa mão, uma boneca, com a outra puxava orgulhosamente a minha mala.
- Cabo Verde, está ali! – dizia o meu pai enquanto apontava para o painel de partidas.
Estava encantada... Fizemos o check-in e lá foram as nossas malas. Depois passámos por uma máquina que apitava, se tivéssemos algum objeto de metal. E quando eu passei, apitou, mas não me assustei. Era apenas o meu cinto.
Fui, a correr, para uma janela que nos dava o panorama de uma parte da cidade de Lisboa, dos aviões a aterrar e a descolar... Ainda era noite e todas aquelas luzes me fascinavam, estava ansiosa.
Finalmente, chegou a hora de embarcar. Entrei no avião e exclamei:
- É grande!
Levantámos voo, que sensação! Já bem lá em cima, o sol começou a nascer e, com a inocência dos meus três anos, comecei a imaginar desenhos nas nuvens:
- Uma borboleta! - dizia para a minha mãe.
- Um dragão! - dizia para o meu pai, quando os raios de sol incidiam nas nuvens.
Sentia-me como um pássaro livre, a sobrevoar a imensidão dos oceanos.
Ainda hoje recordo esse dia, a cada viagem regresso à ingenuidade dos meus três anos...

Catarina Vicente; nº 7; 10º B

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