sábado, 10 de dezembro de 2011

Um Dia Atarefado

Acordei, com o barulho da porta a bater, o meu pai acabava de sair de casa. Era sábado, e isso significava que era dia de forno aceso, pão fresco e quentinho, e de bolos de leite. Levantei-me apressada, vesti-me, comi e lá fui eu, aos saltinhos para a casa da minha avó.
Os sábados eram os meus dias preferidos. Não tinha escola, podia fazer tudo o que queria e brincar sempre que me apetecia. Quando cheguei à casa da minha avó, ela já tinha a porta aberta e estava, como habitualmente, de avental branco, a amassar o pão. A massa dos bolos já estava pronta. Eu não resisti e tirei um bocadinho, apenas para provar. Seguiram-se mais umas quantas provas até que a minha avó repete o que diz sempre:

-Margarida, não comas mais que te faz mal à barriga. Espera, logo comes mais depois de sair do forno.
Eu nem escutava. Por muito que ela me avisasse, a massa sabia-me melhor crua. Cozida não tinha o mesmo sabor.

Depois de ter a massa do pão amassada, e dela já ter estado em repouso, era preciso dividi-la em pequenos pedaços de forma oval que, depois de irem ao forno, ficavam com a forma e a cor do pão. À minha responsabilidade, ficava fazer os pães com linguiça e eu adorava fazê-los. Além de me sentir útil, aprendia e, mais uma vez contra as advertências da minha avó, comia algumas rodelas de linguiça.
Quando finalmente estava tudo feito, já nem me apetecia comer. Estava cansada. Os sábados eram dias muito atarefados. Hoje, são passados a ver televisão ou na internet. Tenho saudades desses dias da minha infância. Desses dias em que tinha sempre algo de novo para fazer.

Margarida Gonçalves; nº23;10ºB

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