segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sou tudo e nada!

O ser é um saber perdido na vastidão dos tempos. Um reconhecimento impossível de se reconhecer. Um mero vocábulo abrigado à margem do corpo. Mas o que sou eu? O que sou além de partículas de espírito presas na matéria? O que sou… Um todo pertencente a um todo maior? O nada de todos nós? Ah, a fragrância da não existência arroga-se de mim!
Todavia, o meu ser existe e não morre pela falta de clareza; rasgado em pedaços, escrevo-me em toda a parte. Eu sou a loucura vadia que dorme nos seus braços. O gosto rude da palavra. Eu sou o riso que arde e o suspiro que finda. O corpo hirto demorado. Eu sou o amor de transparência líquida e aquele ruído que acalma. Eu sou tudo e sou nada.

Sara Batista; 12º D

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